O retorno às aulas sempre se caracteriza por vários desafios. Porém, nos últimos dois anos, os desafios foram potencializados devido às novas vivências decorrentes da Pandemia da Covid-19.
O entusiasmo, a euforia do reencontro e do fazer novas amizades com colegas, o conhecer novos professores, o viver a nova experiência da
série seguinte durou pouco tempo. Tão pouco tempo que nem deu tempo para curtir o recomeço. Vivências e exigências de adaptações que de uma hora para a outra foram impostas, sem o devido processo de planejamento, organização, discussão, assimilação. Nesse período a casa virou sala de aula, a mãe, o pai, a avó, irmão mais velho, a tia … se tornaram professores.
A interação com professores e colegas ficou restrita a uma tela de computador ou celular, isso quando ocorreu. Habilidades e competências descritas na BNCC, tiveram que ser adaptadas à nova realidade escolar sendo muitas delas não adquiridas por conta da defasagem decorrente das novas dinâmicas pedagógicas. Adaptação, criatividade, reconstrução, flexibilização, tolerância, autonomia, força de vontade, e acima de tudo esperança foram prerrogativas importantes para esse novo processo de ensino e aprendizagem que se instaurou na realidade não só do Brasil, mas do mundo todo. Tudo isso atingiu a todos independente de condição econômica, social e cultural, porém seus resultados foram diferentes por conta da diferença de realidade. Trouxe sequelas sociais, emocionais, psíquicas, espirituais.
E em 2022, como será esse retorno as aulas? O que pais e alunos devem levar em consideração na hora da volta às aulas? Como será o processo de relacionamento diante desse novo contexto? Podemos afirmar com toda convicção que a escola, depois de tudo o que ocorreu por conta da Pandemia Covid-19, não será mais a mesma. Além de aspectos negativos, há também muitos aspectos positivos que repercutiram em mudanças de paradigmas frente as possibilidades de ensinar e aprender. Acreditamos que, por conta das várias novas práticas vividas nesses últimos anos, pais, alunos, professores, têm “know-how” para reiniciarem o ano letivo, seja na forma presencial ou remota. Estão competentes para lidar com ferramentas analógicas e digitais. Assim sendo, estão preparados para práticas presenciais e remotas. Sem dúvida, o entusiasmo, a motivação e a vontade de estudar será muito mais alegre se for de forma presencial.
Diante dos novos cenários e contexto, o importante é ser otimista sem deixar de ser realista. Por maiores que sejam os cuidados sanitários e a necessidade de distanciamento social, não devemos deixar apagar a chama afetiva que o convívio escolar possibilita. Tudo vai dar certo
apesar das incertezas do momento.
Por Rejane Friedrich – Psicóloga – CRP 07/27534
Para mais textos, acesse o nosso Blog.
Conheça também o nosso Canal do Youtube!