Psicóloga Scheila Flesch (CRP 07/27581)
Quando se fala em desapego, normalmente a ideia inicial é pensarmos em coisas materiais, como roupas, sapatos, livros, utensílios domésticos, brinquedos, etc. No entanto acabamos não nos dando conta que temos muito mais coisas para desapegarmos do que imaginamos, e não estou falando de nada material.
Talvez os desapegos que vou falar causem um extremo desconforto, pois somos tão apegados a eles que acabamos não nos dando conta de que podemos questioná-los, refletir sobre eles e, se eles não nos fizerem bem, deixá-los irem…
Podemos nos desapegar de crenças, de verdades absolutas, de rotinas…podemos nos desapegar de qualquer coisa que faz parte da nossa vida e que não nos faz bem, mas, muitas vezes nem nos autorizamos a questionar e pensamos: sempre foi assim ou todo mundo faz desse jeito…e acabamos por nos encaixar num padrão que não nos faz sentido, que não é a nossa verdade. Não nos autorizamos a questioná-lo e muito menos a mudá-lo.
Nossa vida passa a ser pautada na dualidade apenas do certo ou errado, e muitas vezes nos esquecemos que tudo é uma percepção da realidade e que podem existir outras formas, outros caminhos e encontrar aquilo que faz mais sentido para nós, que nos faz realmente bem e felizes.
Convido você a olhar para a sua vida, para a sua rotina. Se não existisse o “certo” ou o “errado”, você mudaria alguma coisa? Tem algo que você faz ou pensa, que não faz sentido para você? Assim, na próxima vez que você for fazer algo, por mais simples que seja, autorize-se a pensar a respeito e se questione: por que faço isso todo dia? Quero fazer isso agora? Gosto de fazer isso? Por que penso desta maneira? Acredito que você possa se surpreender com as respostas que virão! Esse exercício lhe trará no mínimo autoconhecimento e a possibilidade de romper com padrões mentais que te aprisionam.
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